quarta-feira, 31 de março de 2010

Adquirira experiência e ganhe o idioma como brinde


Por Juliana Kucharuk



Para muitos, viajar costuma ser o desejo do ser humano, seja ele uma criança, adolescente, jovem, adulto ou idoso. A idéia de conhecer outros países leva principalmente os jovens e adultos a procurarem meios de alcançar a sua vontade. Um deles é por intermédio de agências de intercâmbio.


O intercâmbio tem sido uma forma das pessoas conhecerem de perto novos idiomas, culturas, lugares e amizades. A gerente da Central de Intercâmbio (C.I.) de Santos, Aline Moreira Domingues, explica: “O conceito de intercâmbio é o de troca de experiências, cultura e costumes. Hoje em dia já não é de total importância que outra pessoa venha para nossa casa em troca de hospedagem no exterior, pois trabalhamos com organizações parceiras que oferecem não apenas os curso e os programas de trabalho, mas também as acomodações... O conceito de intercâmbio é totalmente voltado para a parte educacional. Todos os programas que oferecemos são com o intuito de aperfeiçoar o idioma, a prática, mesmo os programas de trabalho tem esse objetivo”.


Os destinos mais procurados pelos jovens e adultos nesta agência são os tradicionais, como Estados Unidos, Reino Unido e Canadá. Aline conta também que tem havido muita procura por destinos como Austrália e Nova Zelândia. Mas não é só para aperfeiçoar o idioma que brasileiros saem do Brasil para o exterior. Motivos como estágios, oportunidades de emprego e cursos em universidades tem sido o foco principal segundo a agência.


O intercambista, Matheus Bergonzine de Souza, conta como foi seu intercâmbio em El Cajon, Califórnia, para onde foi com o intuito de aperfeiçoar seu inglês e conhecer uma nova cultura. Entretanto, durante sua estadia, o interesse por estudar em uma universidade no exterior cresceu. Ele, que já havia ido para os EUA quando criança, comenta sua viagem nos Estados Unidos, agora como um jovem intercambista: “Quando fui para a Califórnia, morei com uma família de quatro pessoas. Uma mãe solteira com três filhos que tinham 9, 12, e 15 anos, diferença de três anos entre cada um, inclusive comigo, que na época tinha 18 anos. Eles eram uma família humilde, mas me tratavam muito bem, como um membro da família, não só os quatro, mas também os outros parentes como avós, tios e primos”, lembra. “Fiquei por lá durante dez meses. Inicialmente eram para ser quatro meses e meio, mas acabei adiando a volta, ficando lá até terminar o prazo do meu visto. Na tentativa de mudar o status do meu visto de intercambista para estudante, para cursar a faculdade, não consegui e tive que voltar ao Brasil”, recorda.


Quando perguntado sobre existir preconceito de americanos em relação a brasileiros, ele discorda: “Muita gente pensa que os americanos são preconceituosos porque eles são pessoas meio frias. Mas é assim que eles são ao contrário do Brasil, principalmente entre os meninos, que é só você jogar bola junto algumas vezes que já vira amigo de infância. Lá eles são mais fechados. Seria mais um diferença cultural e não de preconceito”, diz.


Outro motivo que acarretaria essa diferença cultural seria o trânsito comum de estrangeiros no país, o que não traria surpresa a um norte-americano. “Quanto aos americanos de forma geral, ninguém fica impressionado por você ser brasileiro. Os EUA é cheio de estrangeiros de todas as partes do mundo, então ouvir alguém com um sotaque diferente ou falando em outro idioma no meio do supermercado, por exemplo, não é algo incomum lá”, comenta o intercambista.


Segundo Bergonzine, sua vontade era de ter ficado na Califórnia por mais tempo, porém, com o prazo de validade para o visto esgotado e por questões financeiras, teve que voltar ao Brasil. Agora, aos 19 anos, o santista tem outros planos para seus estudos no exterior “Estou tentando ir para uma universidade no Canadá. Aguardo resposta, mas a faculdade está meio lenta para responder meus e-mails”, afirma.


Infelizmente não é todo o caso que resulta em uma boa experiência como a de Bergonzine. Existem brasileiros que viajaram para o exterior com o intuito de aprender de perto o novo idioma, ampliar seus horizontes, mas, não alcançaram seu objetivo por completo. Alguns acabaram se sentindo menosprezados, excluídos pela família americana escolhida, ou pela própria agência.

“Cada pessoa tem a sua experiência. Costumamos dizer que as primeiras semanas de adaptação são sempre mais difíceis, o que chamamos de home sick, mas depois desse prazo costuma-se ficar "bom", pois somos adaptáveis... É claro que sempre existem aquelas pessoas que não curtiram muito seu intercâmbio. Eu conheço poucas e mesmo para essas poucas pessoas, tenho certeza que muitos aprendizados e lições ficaram”, comenta a gerente Aline, da C.I. “Tudo é uma experiência se a pessoa sai daqui do Brasil com o coração aberto para o novo, sem preconceitos. Costumo dizer que não existe nem melhor e nem pior e sim o diferente. Com essa visão, com certeza a experiência é única”, conclui a gerente.


Para saber mais informações sobre intercâmbios você pode contatar franquias, como Central de Intercâmbio, (13 - 3284.5700 ou pelo site http://www.ci.com.br/) ou USA International, (13 - 3225-7373, ou pelo site http://www.usainternational.com.br/).

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